O Brasil será sede de uma
importante conferência da ONU - Organização das Nações Unidas. O evento reunirá
líderes do mundo todo, dos 193 estados que fazem parte da ONU, para discutir
meios de transformar o planeta em um lugar melhor para se viver. O evento será
realizado na nossa cidade maravilhosa, o Rio de Janeiro, 20 anos depois da
Eco92.
A ideia da realização dessa
Conferência no Brasil foi do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, em
2007, fez a proposta para a ONU. E você sabe por que o evento recebeu o nome de
Rio+20? Porque a reunião acontecerá no Rio de Janeiro, exatamente 20 anos
depois de outra conferência internacional que tinha objetivos muito
semelhantes: a Eco92, também promovida pela ONU, na capital fluminense, para
debater meios possíveis de desenvolvimento sem desrespeitar o meio ambiente.
O evento rendeu a criação de
vários documentos importantes - como a Agenda 21, a Carta da Terra e as
Convenções do Clima e da Diversidade Biológica -, além de ter consagrado uma
menina de - acredite! -, apenas, 12 anos.
O chamado das Nações Unidas é
ambicioso. Propõe aos Estados, a sociedade civil e aos cidadãos, estabelecer
“os alicerces de um mundo de prosperidade, paz e sustentabilidade”, apontando
três temas centrais: 1. Reforçar os compromissos políticos em favor do
desenvolvimento sustentável; 2. Expor um resumo dos avanços e dificuldades
associados à sua implementação; 3. Analisar as respostas aos novos desafios
emergentes das sociedades. Duas questões, estreitamente ligadas, colocam-se no
alvo da cúpula: 1. uma economia verde em prol da sustentabilidade e da
erradicação da pobreza; 2. a criação de um marco institucional para o
desenvolvimento sustentável.
Esses desafios também são os de todos os
Povos, todos os cidadãos e cidadãs do planeta. A consciência de um mundo que
enfrenta transições importantes é cada vez maior. Os cidadãos revelam-se
audaciosos e com uma capacidade crescente para se manifestar e participar nos
desafios da sociedade. Certamente, o percurso entre a percepção das
encruzilhadas à frente e a capacidade de nossas sociedades e de nossas
instituições e governos nacionais em particular para entender essas mudanças e
agir, será longo. Por sinal, é necessário evitar que essa percepção leve a um
separatismo ou ideologia que promova oposições entre os diversos interesses das
nações. A história tem nos mostrado que isso só pode conduzir a impasses e à
guerra.
Rio+20 é uma nova etapa no itinerário de uma
comunidade mundial emergente. É fundamental não enxergar a Cúpula, como
aconteceu em Copenhague, como um momento decisivo para a humanidade, como um
tudo ou nada onde o destino do planeta está em jogo em uns dias apenas. De
fato, os processos de negociação internacional estão estagnados há mais de dez
anos, seja em relação às negociações comerciais, com a paralisação do ciclo de
Doha, ou as negociações climáticas após o fracasso de Copenhague, ou ainda,
perante a incapacidade de reformar profundamente o sistema das Nações Unidas
concebido após a segunda guerra mundial. Só o G20 pode parecer hoje um
reconhecimento tímido e ambíguo do fato que os países mais ricos se empossaram
como diretores do mundo, pela necessidade de um governo mundial multipolar.
Todavia, Rio+20 deve representar um passo à
frente. Não poderá haver gestão eficaz das interdependências, conforme as
necessidades, sem uma ampla convergência e um diálogo real entre todos os Povos
e cidadãos do planeta, sem abandonos de soberania dos Estados, sem fundamento
coletivo dos alicerces de um governo mundial legítimo, democrático e eficaz.
Tudo isso supõe, pela frente, a consciência de um destino comum e a formação
progressiva de uma comunidade mundial, em processo de aprendizagem de
auto-descobrimento e autogestão, firmando as identidades locais e regionais.
Esse gigantesco canteiro de obras, de longa duração, só está no início.
Ainda que nos vinte anos decorridos desde 1992
só assistimos a avanços muito parciais e insuficientes em relação aos objetivos
de sustentabilidade, a primeira cúpula de Rio em 1992 já tinha focado bem os
dados fundamentais do problema. A situação mundial mudou consideravelmente
desde então. Fatores como o aumento da desigualdade, o terrorismo
internacional, a mudança climática, a crise do sistema econômico e financeiro,
as insurreições populares no mundo árabe, alteraram e continuarão alterando
profundamente o equilíbrio geopolítico mundial. Esses fatores tornaram-se,
outrossim, radicalmente sistêmicos e sinérgicos, fazendo dos enfoques setoriais
e exclusivos um obstáculo que deve ser superado.
Um grupo de 15 ciclistas deu início neste
domingo em Brasília, a uma jornada de mais de mil quilômetros rumo à
Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que
começa no dia 13 de junho no Rio de Janeiro. A 1ª Bicicletada Nacional teve
adesão de grupos que sairão de todas as regiões do País. A ideia é chamar
atenção para dois temas caros aos ciclistas: o uso da bicicleta como forma de
preservar o meio ambiente e a necessidade de mais segurança no trânsito.
O grupo que saiu de Brasília deve
pedalar de 110 a 160 quilômetros por dia durante 12 dias, recolhendo adeptos em
Belo Horizonte e Juiz de Fora. As bicicletas vão equipadas com mochilas,
aparelhos de medição eletrônica e sacos de dormir, embora as pernoites ainda
não estejam garantidas. "Nossa ideia é conseguir apoio das prefeituras com
a hospedagem em troca de palestras e ações de conscientização, mas ainda
aguardamos respostas", explicou o ciclista Felipe Teixeira.
O prefeito Eduardo Paes assinou
decreto para ser ponto facultativo nas repartições federais, estaduais,
municipais e também nas escolas durante os dias 20, 21 e 22 de junho na capital
fluminense, conforme informação publicada na coluna do jornalista Ancelmo Gois,
no jornal "O Globo".
Cerca de 6 mil policiais e
bombeiros vão compor as forças de segurança do estado que farão o policiamento
nas principais ruas e avenidas da cidade durante a Conferência das Nações
Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que ocorrerá no Rio de
Janeiro, de 13 a 22 de junho. Serão cerca de 3 mil policiais a mais por dia
trabalhando, no esquema de segurança que está sendo montado pelo governo
estadual.
Caberá ainda às Forças Armadas e
às polícias estaduais reforçar o patrulhamento nos túneis e vias expressas,
como as linhas Vermelha e Amarela. A pacificação das principais favelas da
cidade, no entanto, tornará, na avaliação do governo do Rio, desnecessária a
presença de tanques de guerra apontados para as comunidades, como forma de
garantir a segurança de visitantes e chefes de Estado durante o evento, como
ocorreu na Eco 92.
Chegou a hora na qual a sociedade
civil não pode se limitar a protestos numa cúpula oposta. A mesma precisa
traçar uma estratégia de mudança, com perspectivas claras e fortes, organizadas
em volta de um reduzido número de grandes mudanças que tenham sido
identificadas coletivamente. Nem a soma de centenas de problemas, todos reais
mais inconexos, nem a procura de um bode expiatório e de uma causa única, como
a « globalização », nova transfiguração do « capitalismo », atendem essa
necessidade estratégica.
Idealmente, a cúpula de Rio+20
pode gerar uma visão multicultural das bases éticas e políticas capazes de
transformar a arquitetura da liderança mundial. É imperativo que as partes que
participam no processo representem as diversas sociedades, que a maioria não
fique mais uma vez na posição de espectador impotente. Por isso, Rio+20 deve
ser preparado com antecipação. É importante, em primeiro lugar, entender bem a
natureza dos desafios, como a cúpula se desenvolverá, e antecipar bem o que
acontecerá depois.